Mais de 95% da produção de alimento, direta ou indiretamente, advêm do solo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, no inglês).
Por si só, esse já seria um argumento suficiente para tratar o recurso natural como vital para a sobrevivência humana – e de outras espécies.
Mas há vários outros. E eles ajudam a entender por que o solo ganhou um dia especial apenas para ele, lembrado hoje (15 de abril). Datas ambientais, como o Dia Nacional da Conservação do Solo, são importantes efemérides para que se pratiquem um contínuo e crítico exercício sobre a intervenção humana nos meios naturais.
O solo não é importante apenas por ser a base dos produtos agrícolas e hortifrutigranjeiros. Ele também exerce grande influência sobre o meio ambiente. Preserva a biodiversidade, reserva água e capta carbono, ajudando no combate às mudanças climáticas.
A FAO estima que 33% dos solos no mundo inteiro estejam degradados de alguma maneira. A erosão é um dos principais motivos. Só ela pode causar a perda de até 40 bilhões de toneladas de solo por ano, acarretando perda de produtividade de culturas e falta de capacidade para armazenar carbono e água, por exemplo. É um cenário ainda mais preocupante ao confrontar essa estatística com a capacidade que a Terra tem de formar uma nova superfície. Para criar uma camada de um centímetro, estima-se que sejam necessários entre 200 e 400 anos.
E há, ainda, outros fatores que também deterioram a terra, como a salinização e a contaminação. A Fundação Proamb tem atuado há 30 anos em gestão ambiental no Rio Grande do Sul e, desde o ano passado, realiza um serviço pioneiro no Estado para recuperar áreas contaminadas.
Através do coprocessamento, técnica da qual também foi a primeira a desenvolver no Estado, a Proamb¬ tem ajudado na remediação desses espaços antes comprometidos. Neste serviço, o material coletado passa por um processo de peneiramento e seleção na unidade de Nova Santa Rita, com os resíduos (solo contaminado) sendo utilizados como substituto de matéria-prima do cimento. Esse trabalho também traz como benefício a eliminação do passivo ambiental.
O Dia Nacional da Conservação do Solo foi oficializado pelo decreto lei nº 7.876, de 13 de novembro de 1989, por iniciativa do Ministério da Agricultura. A conservação do solo é tão vital para a vida que a ONU instituiu 2015-2024 como a Década Internacional do Solo. É um bom momento para apelar a consciência e lembrar que o solo, assim como a água, é um recurso não renovável, ou seja, não é possível recuperá-lo num espaço de uma geração.
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